Mahku (Movimento dos Artistas Huni Kuin) é um coletivo formado por doze artistas e pesquisadores huni kuin que promovem sua cultura, por intermédio da produção ritual de desenhos e de pinturas, além de estudos de seus cantos e de suas cerimônias. Coordenado por Isaías Sales, mais conhecido como Ibã Sales Huni Kuin, o coletivo foi fundado em 2013 em Jordão, Acre. A iniciativa surge da ameaça de extinção dos conhecimentos tradicionais do povo Huni Kuin. Para evitá-lo, o coletivo procura meios acadêmicos e artísticos de partilha, no resguardo e na propagação da sua cultura. As obras do Mahku retratam de forma pictográfica a história e a cosmovisão desse povo. Cada tela, seja coletiva ou pintada por algum dos integrantes, começa sempre a partir da letra de algum dos cantos huni meka (cantos de cipó), sendo também uma forma de ilustrar a "miração", nome dado por eles às visões decorrentes do consumo de ayahuasca (nixi pae), considerado um processo de cura e limpeza. As telas traduzem as canções cerimoniais em algo que pode ser compreendido visualmente por qualquer pessoa, huni ou não. É a partir do trabalho com nixi pae que os Huni Kuin estruturam sua história. A verba angariada com a realização de murais e painéis é destinada à aquisição de terras em áreas próximas às reservas ocupadas pelo povo Huni Kuin em Jordão (AC), com objetivo de estender sua preservação e proteção.